domingo, maio 01, 2011

P.S.

Gosto estupidamente de ti...
nem sei bem o que significa...
talvez seja porque me sinto estupida em gostar...
ou porque o gostar em sí já é estupido...
razão tinha Pessoa ao afirmar que todas as cartas de amor são estupidas...
e são-o porque o amor em sí é estupido...
é como sair de casa sem chapeu num dia chuvoso...
molha na certa, constipação possivelmente e quem sabe até uma pneumonia...
mas ainda assim continuo a deixar a porcaria do chapeu junto da porta...
Estupida...Estupida...
Tenho que trazer o chapeu junto do coração que é onde a estupidez mais mossa faz...
Sonhos, esperanças tudo molha... que coisas mais estupidas...
Acho que o mais sensato...ou menos estupido...
é mandar impermeabilizar o coração...
talvez assim possas voar livremente...
e eu deixe de ser estupida...

P.S. Sabes onde posso fazer isso? Onde mandaste impermeabilizar o teu?

domingo, abril 24, 2011

Dance...

When did we stopped dancing together?


Why did we forget the steps that showed us we belonged one to another?


We no longer dance...


Time has driven us apart...


has teach us different things... different moves...


Your hand may be close to mine...


but your heart is far, far away...


I have tried... i have tried for us both to believe


that all the wounds could be healed


and all the mistakes could be forgiven...


I tried to embrace everything i had from you in me...


and cling to it until my strengths run out ...


but you just emptied yourself of me...


and ripped me from what i had left...


all the dreams, all the hopes...


You stripped them away from me


when you turned your heart away


and found there was no place for me...


Now we are nothing but strangers one to another...


Old memories of a world that has fallen...


We no longer dance... no longer...

sábado, abril 09, 2011

Atrás...

Já não somos quem éramos...
As nossas palmas da mão mudaram e já não se entrelaçam como antigamente... os sulcos que permitiam um encaixe perfeito, estão agora preenchidos com pele nova... calosidades resultantes da constante solidão a que foram sujeitas...
A nossa voz já não contem a doçura provocante de tempos passados... agora é uma voz monocórdica, sem amor, sem vida... há momentos em que parece ainda haver algo para salvar... mas basta esperar um minuto, talvez... uma hora, um dia até, para que o engano se torne gritante...
Os nossos olhos já não interagem... não reagem um ao outro... somos como fantasmas que deambulam juntos mas não se vêem nem se sentem ...talvez nos tenhamos tornado invisíveis, não sei...
Os nossos corações... bem... para quê falar sobre algo que não tem remédio... esquece...
De tudo, a memória foi a única coisa que não mudou... e a cada passo que damos em direcções contrárias, inflige uma dor cada vez mais profunda... pudesse ela mudar e esquecermos tudo...