domingo, dezembro 31, 2006

Trevas


Sinto as trevas a adensarem-se ao meu redor...a cada segundo que passa tenho menos percepção do que me rodeia...sufoco no meio de tanto negrume...as minhas forças esvaiem-se como areia que passa por entre os dedos...não quero lutar, não consigo...peço a um EnTe MaIoR por orientação neste momento de provação...um milagre...seja ele qual for...se for levar-me, aceita-lo-ia de bom grado...para que respirar se a cada grama de oxigénio é dor que provoco nos outros...e sim...se vivi uma existência em que a minha felicidade surgia da felicidade dos outros...agora que provoco apenas dor...também a minha dor se alimenta da dos outros...

Procuro...

Procuro por algo dentro de mim que me salve...não sei o que o pode conseguir...não sei sequer se o tenho...mas ainda não desisti por completo...a minha busca tem-me transportado para a minha infância...relembro os momentos surreais em que, frente a um espelho, me questionava se não seria tudo isto um sonho...se aquela imagem não seria um engano...uma farsa...se não estaria eu sozinha dentro de um mundo construido por mim mesma...como eu gostava de ter ainda essa capacidade de abstracção...de me desligar do mundo exterior, das suas confusões, das suas consequências, do profundo abismo para onde me conduz... e centrar-me em mim mesma...num mundo à parte, virgem, pronto a ser explorado e vivido até ao ultimo suspiro...será possível? terei eu o que é preciso dentro de mim?

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Tristeza

Será que quando alguém está triste, todo o corpo acompanha o sentimento? Será que os olhos ficam tristes, a pele fica triste, o cabelo, a boca.... o coração, baterá ele mais lento, ou mais rápido? Terá uma cadência amargurada ou manterá o ritmo de todos os dias, como um relógio que insiste na constância do tempo? Não será o corpo, expressão máxima da alma? Cada marca, cada cicatriz, reflexo de uma ferida no profundo que é o ser interior? Será?

sábado, dezembro 09, 2006

Suplica...

Oh meu deus...por favor leva-me daqui...não quero viver mais...por favor...ajuda-me a acabar com isto...não tenho forças...as que tinha esgotaram-se...toda eu me esgoto...aos bocadinhos...por isso, acaba já com isto...que eu não aguento mais...para que ficar à espera do inevitável? todos temos que morrer...por isso...porque não eu agora, meu deus...

quarta-feira, novembro 15, 2006

Silêncio Sufocante


Simplesmente não consigo…não tenho forças para deitar para fora sentimentos, pensamentos, nada…sinto-me estéril, incapaz de soprar vida seja a que for…não sei…deixei de saber explicar…a vida passa por mim e deixei de lhe perguntar alguma coisa…já não questiono, não contesto…deixo-me ficar…afinal não passa tudo de uma ilusão…procuro há tanto por respostas, por soluções…e elas tardam em aparecer…será que existem? Talvez não…talvez não haja razões para o que acontece…talvez Deus jogue aos dados afinal…Sinto dentro de mim um turbilhão de tudos e de nadas…de emoções, sensações, certezas e incertezas…não sei…talvez seja melhor calar-me…falar não ajuda a ver a luz ao fim do tunel…até agora não ajudou, porque ajudará depois? Sinto-me sem ar…morta neste silêncio...

segunda-feira, novembro 06, 2006

Trovões...

Gosto de trovões...conseguem-se sentir utilizando quase todos os sentidos....ouves o ruído, vês o relâmpago, cheiras o ar carregado de electricidade, sentes o chão que chocalha debaixo dos teus pés....só falta o gosto....gosto de satisfação...um misto de emoção com perigo. Lembro-me em pequena, com as maos e cara encostadas ao vidro do meu quarto, extasiada com aquele espectáculo monumental especialmente dedicado a mim...soprava para o vidro e o ar quente por mim exalado criava uma mancha embaciada onde dava largas ao meu espírito criativo e escrevia algo que sabia que, anos mais tarde, seria recordado como uma contribuição filosófica para a humanidade...sei lá, uma baboseira qualquer...o meu nome talvez...apenas o meu primeiro nome...para quê apelidos quando se é tão genial? E assim, após um trovão, pedia num instante ao grande orquestrador que parasse tudo por um bocadinho para que eu conseguisse ir buscar o chá quente à minha espera, preparado pela minha avó... no quentinho, olhava para a rua, observando as pessoas que passavam com pressa de chegarem a casa, carregadas com sacos e malas e tudo o mais possível e imaginário, maldizendo aquele momento...cruzavam-se mas não se viam...como se olhar para a outra pessoa implicasse mais uns 10 minutos de atraso...mas de facto, não eram como eu...não sabiam apreciar a oferenda que a natureza lhes oferecia de bandeja...lembro-me ainda que vibrava quando faltava a luz...é obvio que havia aquelas consequências directas, em que só uma pessoa que não estivesse embrenhada na espiritualidade do acontecimento pensava...sei lá...o congelador que começava a descongelar, a televisão que se calava impedido a exibição da novela das 19...e eu...exultava...ia sorrateiramente tacteando o caminho até à despensa em busca de umas velas velhas, compradas para o efeito, por mim...não era adepta das modernices eléctricas do meu pai (laternas)......e assim, acendia as velas com ajuda de uns fosforos, utensílio hoje em dia quase em vias de extinção...E ficava parada...vendo o bruxulear da chama...hipnotizada por aquela manifestação frágil do poder do fogo...talvez experienciando o que os meus antigos sentiram...talvez fosse, de facto, o regresso às origens...mas perco-me...perco-me nestas memórias...ai...ai...hoje já não há espectaculos assim...perderam-se...que pena...

domingo, outubro 29, 2006

Equação...


Um dia, alguem sábio me disse que a minha vida se transformaria através do estudo da matemática...que a interpretação do mundo que me rodeia passaria a ser influenciada por essa forma lógica de raciocinar...que o meu pensamento estaria moldado por um conjunto infinito de conceitos que de uma forma dissumulada suportam a minha existência e o meu comportamento...e sim...já muitas vezes me deparei com pensamentos que servem de prova a essa observação...tentei simplificar a vida em virtude dessa realidade...é sempre mais fácil raciocinar sobre uma equação, por mais complexa que seja, do que sobre amontoados de palavras onde não sabes sequer por onde começar...o problema...sim...surge quando te deparas com uma equação de tão forma complexa que não consegues descobrir uma solução...olho para ela, tento simplifica-la...mas não percebo...parece ter soluções....mas nenhuma parece ser a óptima...há sempre algo que não está bem...algo que é deixado para trás...e eu simplesmente não consigo virar as costas e não ligar...sim...agora me lembro...estou perante um problema de optimização multiobjectivo...em que por mais que tente, nunca consigo achar a solução ideial...mesmo num universo de soluções possíveis....mas não desisto....tu, sabes qual a solução? Não a queres partilhar?

quinta-feira, outubro 26, 2006

Não Seria?

Olho por entre a minha pequena nesga de mundo...pego em tudo o que consigo encontrar para tentar abrir um buraco maior mas não consigo... nada serve...tudo o que efectivamente encontro parece não resultar...parece fechar ainda mais a ligação com o exterior...fechar-me ainda mais... e fico assim...quieta, no escuro... a ouvir o meu respirar, o meu pensar, o meu sentir...o coração bate...e encolho-me mais...gostava de não o ouvir...seria bom...não seria?

sexta-feira, outubro 13, 2006

........


Com cuidado, tiro os óculos da cara e pouso-os na mesa….e penso sobre se não estarei enganada este tempo todo…a usar os óculos de uma forma incorrecta…se não poderei utiliza-los com um intuito bem mais importante…porque não os viro ao contrário na esperança de me ver melhor? De me entender melhor? Não seria tão bom?!? Poder perceber-me com mais agudeza…bem de perto…analisar as zonas congestionadas do meu pensamento…as rotundas…os cruzamentos…todo o entrançado de ideias, sentimentos, sensações que fazem da minha mente um mundo confuso, escuro, onde tantas e tantas vezes me perco sozinha…estou cansada de me procurar aqui dentro...Talvez precise de uns óculos com mais dioptrias…talvez não seja tão vesga de olhos como sou de mente...

sábado, outubro 07, 2006

Voar...



Não tenho palavras…já se esgotaram…agora só mesmo emoções e sensações…quero apenas que me rasgues por dentro e as deixes brotar…como a um passáro que soltam da gaiola…mas um pássaro magoado…cheio de feridas e chagas escondidas por debaixo das asas…deixa-me…deixa-me ir…quero esconder-me no sitio mais recôndito do mundo…mais insignificante…mais só…uma gruta perto do mar…sim…é um bom sitio...ficar lá a ouvir o murmúrio suave das ondas…que me lembra de coisas que não consigo esquecer…das quais preciso como ar para respirar…que doiem e ferem…mas das quais não consigo fugir…nem quero…esquece…não me dês ouvidos…sabes como sou...

domingo, outubro 01, 2006

Loucura...a lou cura? O que é que cura? Onde arranjo isso? Lou?


Qualquer coisa....tens qualquer coisa no teu bolso? Eu não sei...a minha cabeça está vazia e não sei onde ir buscar racionalidade... sabes onde isso se compra, meu? eu bem procuro..mas até agora nada...se calhar vou emigrar para a lua na esperança de encontrar alguma racionalidade em mim...quem sabe nas pedras, rochas encontro alguma racionalidade em mim perdida...pessoa de pedra...Ah...mas espera...racionalidade...racional...alguém que é dotado de razão...já sei...se eu pensar alguma coisa que é efectivamente verdade, algo em que tenha razão sou por consequência racional...então nesse caso, se pensar incessantemente, '1+1=2' ou 'a terra gira à volta do sol' vou encontrar racionalidade em mim...ok...então olha, 1+1 são dois, percebeste? Ai…não…espera, 1+1=2…assim é que é…não estava a ser suficientemente específica…Meu gato lindo…olha 1+1=2…percebeste? Não me respondes? Não reages? Será que no teu mundo 1+1≠2? Será que a terra não gira à volta do sol??!?!!?! Gato, anda cá…empresta-me lá a tua racionalidade….quero saber…Anda...

sábado, setembro 23, 2006

Asfixia...

Sinto-me sem ar…o meu corpo luta por oxigénio mas não consigo…não consigo respirar…não me restam mais forças…abateu-se sobre mim uma onda tão forte de solidão que simplesmente aniquilou tudo o que me dava vida…tudo o que me permitia continuar a ser eu…mesmo sendo uma existência estranha não deixo de pensar nos incontáveis momentos que ainda iria viver…nas histórias que ia criar…mas talvez seja melhor assim…não penso…não sinto…não magoou...não provoco sequer o mínimo sopro na vida de alguém..encontro-me assim…imóvel…conformada...à espera do inevitável segundo em que deixe de existir…em que perca a consciência...

sábado, setembro 09, 2006

Dor...



Pudesse a minha dor falar,
E ouvirias os meus gritos,
Profundos, inumanos ruídos,
Que não param de me rasgar;

Mas choro no silêncio profundo,
Sem lágrimas, sem paixão,
Sem vigor, sem contestação,
Sozinha algures num outro mundo;

E tu não sabes,
Não conheces,
Não sentes...

E eu morro,
Assim,
Mais um bocadinho...

Procura-se um eu perdido algures...

Sinto-me ausente, perdida…procuro-me e não sei onde estou…sigo o rasto da musica que te acompanha na esperança de me encontrar junto a ti…mas tenho medo de ir atrás…de seguir os teus passos…os bocados de ti mesmo que vais deixando para trás…porque me fazes perguntas às quais possuis as respostas? É um jogo injusto...Porque parece que conheces dentro de mim um segredo que nem eu sei que existe? Porque é que o meu ser parece ser um livro aberto para ti? Sem recantos, sem refúgios onde me possa esconder….Perturbas-me…Quem és tu? O meu eco?

terça-feira, setembro 05, 2006

Banco...de jardim...



Quero ser um banco…de jardim…não daqueles de pedra ou betão que se encontram nos jardins modernos…que não contam histórias, que não marcam vidas…quero ser um daqueles de madeira e ferro…pintados de verde, com a erva a crescer por entre as pernas…quero estar num jardim cheio de cor…de flores…de cheiros…onde se sente a vida a brotar…quero ser daqueles bancos onde um velhinho se senta para descansar durante o calor indolente da tarde e aproveita para recordar memórias de outros tempos, de outras vidas…quero ser daqueles bancos onde casais de namorados fazem juras de amor eterno e deixam em mim gravada a marca da sua paixão…quero estar num jardim pequeno…junto a ruas onde as pessoas não são apenas o vizinho do 3º Esquerdo ou do 2º Direito mas sim a D.Mariana, o Sr. José…um oásis de humanidade no meio de uma selva urbana…Quero ser…simplesmente…um banco de jardim...

segunda-feira, setembro 04, 2006

Tempos perdidos



Procuro dentro de mim por recordações de quando o mundo era um lugar envolto numa névoa…inconstante, misterioso…intemporal...uma permanente descoberta...onde eu era ainda um bocado de barro por moldar…e estava pronta para que usassem em mim escopros, pinças, serras, tudo o que fizesse de mim alguém…alguém diferente…que valesse o ar que respira…que fosse audaz e corajoso para determinar o seu próprio destino…sem vergonhas…sem limites...tenho saudades…podia ser azul de manha …branca ao meio dia…e vermelha à noite…tinha um mar inteiro na minha mente para preencher de experiências…não tinha medo de mim…da minha imagem distorcida no espelho…do meu eu…e assim os minutos passavam…lentamente…e eu mastigava-os, cheirava-os, tacteava-os…não eram somente um ponteiro frio que se move, implacávelmente, a um ritmo sempre igual…sem vida…Onde andam esses minutos? Como os recupero? Como reencontro em mim esses tempos? Alguém sabe?

sexta-feira, agosto 25, 2006

Não sei o que escrever...sinto-me vazia, só, estéril...vivo num misto de dormência e agonia...não tenho vontades, não tenho desejos, não...sou um ser alienado...queria deixar de existir, deixar de respirar...ou sei lá....talvez gostasse de despir-me de mim e vestir-me de outro ser qualquer...é como se a minha vida fosse uma manta de retalhos...cada retalho conta uma história do que eu tentei ser mas não consegui...alegrias, tristezas, prazer, dor...mas olhando para toda a manta simplesmente não faz sentido...não sou eu...é algo que se mexe em mim, que me controla, que puxa os cordeis do meu ser como se fosse uma boneca de trapos...enfim...é melhor regressar à dormência

sábado, agosto 19, 2006

Grito...


Hoje escrevo unicamente para mim....as minhas palavras, os meus sentimentos são tão pequenos e insignificantes que não valem a pena serem partilhados com alguem...devem permanecer naquilo que sou... minuscula... transparente... será que anseio a ser mais? acho que não...aprendi com o passar do tempo a aceitar o que sou e a conformar-me...o que mais posso fazer? nada...sou simplesmente uma sombra que não tem força para nada...não tem importância...Contudo há algo que grita em de mim...se revolta...que tenta existir...tenta mostrar que sou mais do que uma silhueta no chão...mas morre...quero que morras...prefiro viver assim...fechada em mim...num mundo onde não existe esperança, expectativas...sei lá...num mundo em que posso simplesmente viver tranquila no meu não existir...

quinta-feira, agosto 17, 2006

Perdida algures...

A vida continua como se nada se passasse...como se eu não tivesse dentro de mim um turbilhao de diferentes pensamentos....sentimentos...O meu coração bate inexoravelmente, lembrando-me que por mais que eu queira que ele pare, por mais que eu deseje simplemente ficar quieta e não sentir que existo, nada posso contra ele...Luto contra mim mesma, luto contra o mundo...a mais pequena insignificância faz nascer em mim uma revolta que me retira do meu entorpecer....quero aniquilar tudo o que me faça ter consciencia de mim mesma e do que sinto...é demasiado doloroso...sinto-me como se a vida me passasse ao lado...estou aqui mas não estou....o meu eu deambula por uma terra dos sonhos...cheia de seres encantados...onde tudo aquilo que não é possivel no mundo real se torna, por mágica, desejavel, espectavel e mais que tudo inocente...quero fechar-me nesse mundo...encontrar a porta encantada que me permite ir e não regressar....

quarta-feira, agosto 09, 2006


Quero esquecer-me por um bocadinho…diminuir-me tanto que não me aperceba de que existo…despir a minha pele e fugir…deixar de ser eu…quero ser tu, ele, ela…qualquer um que seja diferente de mim…que seja pratico, pragmático, que não ceda à tentação de viver a vida com emoção…porque magoa, porque marca…porque…não sei…é simplesmente mais fácil levar a vida olhando para a frente e não para dentro. Por vezes, parece existir em mim um tão grande vazio que me perco nas infindáveis profundezas do meu ser…ando à procura de uma corda, de um ponto seguro onde me possa agarrar mas tudo me escorrega das mãos…a emoção é assim…escorregadia, incontrolável, indomável…é como uma pintura que se desfaz com agua…a imagens deformam-se…transformam-se em figuras aberrantes, disformes…que não entendo…que não consigo explicar. Mas tu não, tu não és assim…não queres salvar-me de mim mesma? Não queres ceder-me a corda que te prende ao chão, que te prende à realidade?

sexta-feira, agosto 04, 2006

Raios...

Alguém tem a receita para remendar coisas partidas? Porque se tem eu gostava de saber...É impressionante como se criam tantos manuais e tutoriais e qualquer coisa acabada em 'ais' para as coisas mais estupidas e ainda não existe um manual de instruções para as questões mais essenciais do ser humano...o que realmente interessa está ainda sem resposta...que raio...porque é que temos que bater com os joelhos no chão para apreender? Porque? Porque é que alguém não nos sussurra ao ouvido o que devemos fazer, dizer ou não dizer? Ou será que sussurra e eu é que não ando a ouvir? ENTÃO GRITA!!!! Rasga-me, parte-me, marca-me com a resposta...ajuda-me a ouvir que eu não consigo...faz com que o meu coração se torne sensivel à tua voz....por favor...

sexta-feira, julho 28, 2006

Hoje...

Uma imagem, um som....uma coisa insignificante e a lagrima apareceu....e com ela trouxe uma tempestade, uma torrente indiscritível de emoções...uma força poderosa, capaz de me isolar do mundo por um bocadinho e ai parar o tempo...e como é bom...doloroso, mas completamente avassalador...não deixa pedra sobre pedra, não deixa segredos escondidos nem esquecidos...tudo se funde num só sitio e rompe com as barreiras que eu mesma ergui...e agora sinto-me calma...tranquila...fiel a mim mesma...e assim posso descansar...voltar ao mundo com a certeza de que parte de mim não morreu....dorme...descansa...mas subsiste...

quarta-feira, julho 26, 2006

Ser...

Hoje não resisti...parei, respirei fundo e deixei-me levar para o meu cantinho especial...o meu baú de sonhos perdidos, de emoçoes que nunca vivi, de lembranças que nunca tive...não sei...um sitio onde posso fingir viver uma vida que não é a minha... já andava a evitar esse momento há muito, nem percebo bem porque...talvez por depois ser obrigada a regressar a uma existência sem sumo, sem objectivo...sem pulsar...estou farta de ser pragmatica, de ser correcta, de ser previsivel...de ser o que os outros esperam que eu seja....quero regressar ao meu mundo pequeno...onde eu passava mais tempo a viver do que a ser...mas deixa...não tenho tempo para isso...os poucos segundo deste dia já estão guardados para qualquer coisa sem interesse...tenho que voltar rapidamente a por a mascara... a enganar-me...a ser...