sexta-feira, março 30, 2007

Detesto-me!!!!


Sintetizando…após grande e profunda análise cheguei à conclusão de que não gosto de mim…ou mais especificamente, me detesto…se me pedissem para definir aquilo que eu mudaria e o que não mudaria no meu ser, a comparação desses dois universos é tão infinitamente ridícula que faria um ser sem boca sorrir…eu mudaria tanta coisa em mim que deixaria de ser mim…o que confesso, seria um grande alivio…para o mim e para a humanidade, com toda a certeza…será que se eu ganhar o euromilhões me deixam mudar de corpo, deixando, de preferência, toda a minha complexidade para outro desgraçado que a ela quisesse aceder? Pobre sina…mas existem loucos para tudo, certo? Alguém que conviva comigo por gosto tem necessariamente que ter uns parafusos a menos e uma vontade intrínseca de sofrer…Talvez ache que só através do sofrimento se atinge a sabedoria e o conhecimento…Não sei…mas eu por mim, na minha humilde opinião, já tive o suficiente desse ingrediente da vida…é obvio que sofrimento é o que mais há por ai…mas existem diferenças consideráveis na forma como se vive …existem dois mundos completamente distintos que orbitam à volta do sofrimento….os que sofrem e aguentam…e os que sofrem e não aguentam…e quis Deus que eu pertencesse ao segundo…ou talvez não, talvez eu tenha desistido e, sem grande coragem, me tenha aproximado como quem não quer nada do segundo grupo…assim de mansinho…e sem fazer frisom…também temos que ser realistas, certo? No meio é que eu não podia ficar…Calhou assim…enfim…coisas da vida…ou não...

quinta-feira, março 22, 2007

Talvez ...



Será a minha mente um poço sem fundo…que se perpetua como o tempo que é e sempre será? Quero deitar uma pedra e ouvir o resultado…será o eterno silêncio ou poderá a pedra atingir um fundo? Não sei…Já incidi luz sobre o vazio…mas ela foi absorvida…como se de um buraco negro se tratasse…Não conheço as suas profundezas…não sei o que contém…se guarda água, ar…ou sonhos…talvez um dia eu venha a conhecer a sua essência…talvez...


terça-feira, março 20, 2007

Bah!!!!

Estou farta de mim…farta, farta, farta!!! Raio de bicho insatisfeito…no dia em que for possível fazer transplantes de cérebro ficarei feliz…faço um com o meu gato e fica tudo resolvido…fico com as terríveis preocupações dele…se tenho água para beber, comida para comer, e um sitio quentinho para dormir…porque tenho eu que ser assim? Porque me fizeram assim? Não poderia ser uma pessoa simples, com pouca complexidade, que pudesse fazer shut down ao cérebro de vez em quando? Olho lá para fora…vejo um dia bonito, cheio de sol, de ar fresco misturado com uma pitada de verão…e procuro imediatamente algo em mim que insisto em não encontrar…porque? Como se procurasse no meu âmago, restos…resquícios da vida de outra pessoa que sei que fui ou que poderia ser…procuro, procuro mas não encontro…e pareço um cão estupidamente atrás do seu rabo…deixo o ar entrar nos pulmões…mas asfixio a minha mente com sucessivos pensamentos e sensações…que raio…sei que busco algo…mas não sei o que…tento recriar essas sensações de vidas diferentes no meu dia-a-dia…pelo menos sempre que posso…mas não sabem ao mesmo…a imaginação teima em ser mais rica que a realidade…que buscas tu, mulher? Sem que tu mesma o saibas? Encontra lá isso se faz favor que eu quero ser livre...

quarta-feira, março 07, 2007

About...O Labirinto do Fauno


Ainda não consigo articular frases de uma forma coerente...a minha mente está em ebulição a tentar analisar e categorizar toda a mais pequena emoção que surge à medida que revejo as imagens que guardei...imagens variadas...de alegria, de solidão, de conforto, de sofrimento...de ilusão e realismo...ri...chorei...e nem sei como estou...uma história em que a magia dos contos de fadas coexiste com a crueldade da vida real...uma viagem fantástica que não deixa ninguem indiferente...ninguém que tenha ainda dentro de sí uma criança...quem quiser embarcar no comboio dos sonhos, que o faça...e pode escolher o final...o seu final...

segunda-feira, março 05, 2007

Me and Myself...


Why do you go on?
Knowing there is no hope
Not in you…not anywhere…

There will not be
Another hour, another second
All is lost in the depth of you
And me…

I can see clearly
What you seek to conceal
But it’s a desperate ordeal…
I know that, and also do you!

But you’re unwilling to admit…
Why don’t you just rest in me?
And we can both disappear
In the mist of ourselves…

Both you and me….
Both myself and me…

Angel...by Sarah McLachlan


Spend all your time waiting
For that second chance
For a break that would make it okay
There’s always one reason
To feel not good enough
And it’s hard at the end of the day
I need some distraction
Oh beautiful release
Memory seeps from my veins
Let me be empty
And weightless and maybe
I’ll find some peace tonight



In the arms of an angel
Fly away from here
From this dark cold hotel room
And the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage
Of your silent reverie
You’re in the arms of the angel
May you find some comfort there


So tired of the straight line
And everywhere you turn
There’s vultures and thieves at your back
And the storm keeps on twisting
You keep on building the lie
That you make up for all that you lack
It don’t make no difference
Escaping one last time
It’s easier to believe in this sweet madness oh
This glorious sadness that brings me to my knees


In the arms of an angel
Fly away from here
From this dark cold hotel room
And the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage
Of your silent reverie
You’re in the arms of the angel
May you find some comfort there
You’re in the arms of the angel
May you find some comfort here

domingo, março 04, 2007

Alguém que me ajude!?! Ninguém tem por acaso uma recarga de esperança? A minha acabou e não consigo viver assim...sinto-me vazia e estéril, como se o mundo tivesse deixado de fazer sentido para mim...tudo para mim passou a ser monocromático...sem sabor, sem cheiro, sem vida...tento fugir de mim mesma o mais que posso para não sentir...tento pensar em tudo o que me possa distrair-me daquilo que sou...mas não vale a pena...querem que eu faça o que? Me ajoelhe e admita aos céus que não sou nada? que não presto? que não valho sequer um cabelo da pessoa mais miserável deste mundo ? E quem diz que não o fiz já centenas, milhares de vezes? Biliões de vezes me perguntei porque ainda respiro...e ainda assim respiro...só quero ser feliz...só isso...será isso tão impossível??!?

'I wanna be numb
I don't wanna feel this pain no more
Wanna lose touch
I just wanna go and lock the door
I don't wanna think
I don't wanna feel nothing
I wanna be numb
I just wanna be
Wanna be
Taken away from all the madness
Need to escape
Escape from the pain
I'm out on the edge
About to lose my mind
For a little while
For a little while
I wanna be numb '

sexta-feira, março 02, 2007

Grave...


No frio espectral da noite, corro que nem louca por entre caminhos que não conheço...tropeço constantemente nas raízes profundas que formam um tapete surreal...um caminho para o meu destino final...apesar da bruma cerrada, consigo distinguir um portão, com grades altas...e abertas...entro a passos rápidos, atraída por algo magnético que me não me deixa forças para fugir...sei perfeitamente para onde me dirigo...mas não para o quê...e estaco...no meio de ervas distribuídas ao acaso, vejo a pedra enegrecida da humidade...uma lápide com o meu nome escrito...Sim, morri e não sei...é como me sinto...Sou um fantasma do que fui e do que poderia ser...talvez até mais do futuro que do passado...agora que me lembro, no livro 'Christmas Carol' de Charles Dickens, o fantasma mais aterrador...aquele cuja presença automaticamente aniquila todo o oxigénio existente é sem duvida o fantasma do futuro...é algo disforme...sem salvação...é a imagem que vejo no espelho, quando me olho...talvez a minha seja mais colorida, mas a essência é, fundamentalmente, a mesma...Os deuses quando me criaram, foi com toda a certeza para o sofrimento, para a morte...não para a felicidade...essa é-me roubada vezes sem conta, cada vez que paro e olho para o que sou...e para o que poderia ser... sinto-me como um livro que já conheceu a alegria de ser folheado e que agora jaz sozinho num canto, esquecido...porquê? Não sei...não sei para que me criaram...para me ser roubada a felicidade? Para observar a dos outros mas não poder viver a minha? Para ser sentenciada a uma morte lenta e dolorosa? Espero que um dia eu possa finalmente juntar-me a mim mesma na minha campa...rápido...que já nada mais vale a pena...