terça-feira, fevereiro 27, 2007

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Parece que a vida parou…não avança, não recua, não nada, simplesmente estacou. Respiro, como, penso mas como num filme em pausa, o exterior vive…o interior ficou paralisado. Pergunto-me porque e não consigo encontrar resposta por mais que procure…talvez não deva encontrar a resposta ou talvez ela esteja mesmo à minha frente. Só sei que neste momento sinto-me estúpida…incrivelmente estúpida, como se não existisse pessoa no universo mais estúpida que eu…para quê continuo eu? Para quê? Se nada muda, nada acontece…as vezes quando via filmes sobre o espaço, onde uma personagem se afastava da nave dentro de um fato espacial, arrepiava-me sempre…imaginava-me na mesma situação e na agonia que seria se, por algum acaso do destino, a ligação que me ligava à nave desaparecesse… o que seria o vaguear, viva, na posse de todos os meus sentidos, pelo infinito do espaço…a solidão, o silêncio, a apatia…e chagava sempre à conclusão de que a inexistência era a melhor opção de longe…quem quer viver uma vida parada? Estagnada? Em que percepcionas o teu futuro como uma equação linear? Talvez tu queiras…e fazes bem…mas eu não...Saberás tu por acaso onde está o 'PLAY'? Ou tenho que ir devolver o aparelho?

domingo, fevereiro 11, 2007

Será




Acordes, notas… cheiro a musica… cheiro o aroma dos pianos… do pano verde que põem por cima deles... das tábuas de madeira do chão rabugento… cheiro o bulício do inicio das aulas, pessoas, crianças e adultos, a correr para conseguirem entrar na sala a tempo de assistir à aula…e cheiro também o silêncio que fica quando todos se foram já embora e eu espero por alguém…que saudades… sim… quem diria que também a musica tem cheiro… sinto falta disso… quando ficava sozinha era como tudo aquilo fosse meu… eu entrava sorrateiramente no grande hall e olhava para o palco… o piano chamava por mim… o piano… a musica… não sei… algo me dizia que eu pertencia ali, que precisava de um sitio daqueles para ser eu… para ser todas as pessoas que sou…para não ser… revejo tudo como num sonho, envolto em sépia, e pergunto-me… será que há ainda lugar para mim naquele mundo de fadas e elfos? Será?