sexta-feira, agosto 08, 2008

Caixinha de Surpresas


A vida não passa de uma caixinha de surpresas…vamos pondo a mão dentro da caixa e cada vez que a retiramos, extraímos uma coisa nova, uma coisa diferente…que permite que a vida seja como um livro em branco… no qual vamos deixando bocados do nosso ser na tinta que se derrama aos poucos nas páginas… de inicio, não passam de manchas deixadas ao acaso… mas à medida que o tempo escorre vão, de forma incompreensível, tomando forma…são desenhos, histórias completas, cheias de diferentes cores e texturas… e o que fazer quando já contámos tudo? Quando já não há tinta em nós, não há originalidade, não há histórias de castelos encantados? Existirá outro caminho além de fechar a caixa? Ela está cheia de vazio!… com cuidado, deixo cair a tampa …e a minha respiração cessa...

domingo, agosto 03, 2008

Bocadinhos de ar


Olhar a desesperança nos olhos é como olhar-me no espelho…reconheço-me nos seus contornos, nas suas rugas …nas histórias que conta e que me recordam do esforço que é respirar…da inutilidade de tudo isso…da estupidez e crescente sensação de que a vida, tal como nos foi dada a conhecer enquanto criança, não passa de um sonho…a beleza do mundo, contrasta com a torpeza da vida… vejo pessoas felizes, pessoas satisfeitas e tudo isso é estranho para mim… viveram a mesma vida que eu? Farão as mesmas questões a sí mesmos? Encontrarão diferentes respostas? Talvez… mas acredito que a pequena botija com que nos abastecemos de sonhos e ilusões já expirou para mim…ou simplesmente o pouco que tenho não é suficiente…será que posso doar o pouco que tenho a alguém? A alguém que faça dele o muito que eu não consigo fazer? É curioso que já me tenham dito que eu tenho o toque de Midas…talvez até o tenha para muitas coisas…mas para o que dá sentido à vida, não tenho... no que é importante, não tenho... não tenho...