sexta-feira, julho 08, 2016

Sei lá

quero aprender a sentir... aprender a viver... aprender a abrir... tenho continuado na minha espiral de encerramento em mim mesma... em que cada menos entra e o que sai...é negro... não de emocional, não de depressivo... negro de intolerante, de impaciente... tudo aquilo que o amor não deveria ser... preciso de amor... preciso de amor real... de amor de Cristo, de amor dos homens... preciso de conforto, preciso de amabilidade, preciso de segurança... sinto-me a empedernecer por dentro... as minhas veias ficam rijas, o meu sangue se solidifica... sou uma mulher pedra... uma mulher estátua... que mexe, que respira, mas que não vive realmente... por favor... salvem -me...

domingo, maio 22, 2016

Há muito...

Já faz  muito tempo que não escrevo aqui... já nem sei se o sei fazer, admita-se. Posso culpar muita coisa, a falta de tempo, a necessidade de não pensar, de não analisar, a futilidade de tudo isto, a necessidade de atenção... Será mesmo, não sei, mas tenho saudades das alturas em que o meu pensamento me fugia das mãos e seguia um caminho diferente a cada segundo. Sem controlos, sem sinais luminosos, sem regras politicamente correctas.
Talvez escrever aqui seja um sinal de uma necessidade egocêntrica de sentir que falo para o Mundo. Mas talvez não... talvez seja um poço sem fundo para onde deito as minhas misérias, pensamentos, emoções, que de outra forma, estaria constantemente a ruminar sobre eles. Um poço... onde deito as coisas e não as volto a encontrar... onde me deixam de perseguir. Mais que um poço na realidade... um cemitério das ideias e pensamentos que me assombram... ou que me permitem analisar, apreender e crescer.. RIP

sexta-feira, agosto 16, 2013

O que interessa?

As lagrimas são a tinta da minha caneta... sem elas não tenho voz, não tenho forma nem formato...não tenho sentir, nem viver... a vida é tão cheia de urgências, de necessidades prementes, que já não temos tempo para chorar… para parar e olhar para dentro de nós… O que vai ser o jantar, o que tenho que ter pronto hoje para que possa fazer isto amanhã são perguntas que se impõem sobre o que faço aqui ou qual o objectivo da vida … é como calcetar o chão com camadas e camadas de pedra, quando a base é instável… é irregular… andamos doidos de um lado para o outro, a correr desenfreadamente e de repente não há chão… tudo ruiu como um dominó planeado ao milímetro… planeamos a nossa vida ao mais ínfimo detalhe sem nos questionarmos o que somos e em que deve consistir a vida… ficamos refém dos nossos planos e objectivos, aumentando as frustrações e medos de que não sejamos capazes dos atingir… andamos à deriva de nos mesmos… a tentar encontrar um caminho… mas qual o caminho? Que caminho devemos percorrer quando só queremos amor e compreensão? Só queremos ser algo… em vez de ter? Temos que fazer sacrifícios? Que sacrifícios? Que garantias temos que valem a pena? No final…o que importa mesmo? Levanta-te... vai mas é estender a roupa que tens na maquina...à espera...

quinta-feira, abril 18, 2013

sei la


Não sei o que pensar….sei que me sinto estranha…uma estranha dentro de mim parece é como se me pusessem  um prato de arroz a frente e eu ja nem sei comer…não sei o que é um prato, o que é arroz, sequer o que é comer…uma necessidade básica do ser humano…ja nao sei nada…nada de absolutamente nada…sinto-me novamente perdida, sem saber o que fazer, o que viver….parece que o meu mundo já não é o meu…é o de alguém parecido…é de alguém de plástico…sem veias sem sangue a correr…um clone meu….mas sem vida…

Como é que consigo recuperar o que perdí? Ou o que fui deixando para trás lentamente, conscientemente, numa tentativa de me proteger, mas que só me fez mal…só me gelou para emoções? Tento colar os bocados da vida e não encaixam…é como se, alem de se terem quebrado em mil pedaços, mudaram de tal forma, que mesmo que ficasse o resto da vida a tentar cola-los numa encaixariam… nunca seria a mesma coisa...

sexta-feira, março 22, 2013

tu...só tu


porque é que passamos a vida a lutar por uma coisa que depende de nós… a felicidade existe… se quisermos… se escolhermos olhar para ela… e não olhar para o outro lado do espelho…. está ali tão perto, tao à mão… e ainda assim insistes em não querer…preferes tudo… tudo… sofrimento, indiferença, amargura, preferes ver o não, o impossível, o que não conseguiste, o que nunca irás conseguir… e não vês nos olhos do teu filho o milagre do que conseguiste… do que, sendo imperfeita, és… mesmo com joelhos magoados… com esfoladelas nos braços, com os dedos feridos… estás lá… e esforças-te por um sorriso em resposta a um chamamento…. porque não vês isso? não vale de nada? porque é que nos momentos de desespero te agarras ao nada…. e não dás valor ao que não perdeste…ao que ainda és… ao facto de não teres desistido mesmo com tanto demónio em ti guardado…. vira-te…. vira-te e olha-te no espelho… és mais do que vês…. porque vês menos do que és…. olha-te no espelho…e diz-me se não és tu…aquela miúda pequena, deitada na cama a olhar para a chuva a cair lá fora, ansiosamente esperando descobrir o que a vida tinha ainda para mostrar… … o fogo de um beijo…. o conforto de um abraço…a paz de uma mão pequena encaixada na nossa…

será


será que segurarás a minha mão quando eu precisar?
conseguirás tu levar o medo de mim …
o medo do desconhecido, o medo da solidão do vazio…
haverá alguém a chorar por mim? haverá alguém a sentir a minha falta?
haverá alguém a sentir que lhe roubaram algo aquando da minha ausência? 
Haverá alguém que deixará algo de sí comigo? 
tenho medo… tenho medo do fim…. e não me foco no caminho…. se o fim não fizer sentido, nada fará… nada terá valido a pena….só há uma coisa que assegura o sentido… mesmo com sofrimentos e alegrias…. que é o riso de alguém que de nós saiu… cujo nosso sangue corre nas suas veias….
mesmo que ninguém chore…. mesmo que ninguém recorde…. a existência terá feito sentido… não me posso esquecer disso no fim…. não posso deixar que o fim não tenha significado….