sábado, setembro 23, 2006
sábado, setembro 09, 2006
Dor...
Pudesse a minha dor falar,
E ouvirias os meus gritos,
Profundos, inumanos ruídos,
Que não param de me rasgar;
Mas choro no silêncio profundo,
Sem lágrimas, sem paixão,
Sem vigor, sem contestação,
Sozinha algures num outro mundo;
E tu não sabes,
Não conheces,
Não sentes...
E eu morro,
Assim,
Mais um bocadinho...
Por su..... às 11:55 da tarde
Procura-se um eu perdido algures...
Por su..... às 1:02 da manhã
terça-feira, setembro 05, 2006
Banco...de jardim...
Quero ser um banco…de jardim…não daqueles de pedra ou betão que se encontram nos jardins modernos…que não contam histórias, que não marcam vidas…quero ser um daqueles de madeira e ferro…pintados de verde, com a erva a crescer por entre as pernas…quero estar num jardim cheio de cor…de flores…de cheiros…onde se sente a vida a brotar…quero ser daqueles bancos onde um velhinho se senta para descansar durante o calor indolente da tarde e aproveita para recordar memórias de outros tempos, de outras vidas…quero ser daqueles bancos onde casais de namorados fazem juras de amor eterno e deixam em mim gravada a marca da sua paixão…quero estar num jardim pequeno…junto a ruas onde as pessoas não são apenas o vizinho do 3º Esquerdo ou do 2º Direito mas sim a D.Mariana, o Sr. José…um oásis de humanidade no meio de uma selva urbana…Quero ser…simplesmente…um banco de jardim...
Por su..... às 9:06 da manhã
segunda-feira, setembro 04, 2006
Tempos perdidos
Procuro dentro de mim por recordações de quando o mundo era um lugar envolto numa névoa…inconstante, misterioso…intemporal...uma permanente descoberta...onde eu era ainda um bocado de barro por moldar…e estava pronta para que usassem em mim escopros, pinças, serras, tudo o que fizesse de mim alguém…alguém diferente…que valesse o ar que respira…que fosse audaz e corajoso para determinar o seu próprio destino…sem vergonhas…sem limites...tenho saudades…podia ser azul de manha …branca ao meio dia…e vermelha à noite…tinha um mar inteiro na minha mente para preencher de experiências…não tinha medo de mim…da minha imagem distorcida no espelho…do meu eu…e assim os minutos passavam…lentamente…e eu mastigava-os, cheirava-os, tacteava-os…não eram somente um ponteiro frio que se move, implacávelmente, a um ritmo sempre igual…sem vida…Onde andam esses minutos? Como os recupero? Como reencontro em mim esses tempos? Alguém sabe?
Por su..... às 8:30 da tarde